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sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

TEXTO SEMIFINALISTA DA OLIMPÍADA DE LÍNGUA PORTUGUESA 2010


O LUGAR ONDE VIVO

            Numa certa manhã, a caminho do trabalho, me deparei com uma cena que me chamou muito a atenção, não só a minha, mas a de todos que por ali passavam. Tratava-se de uma luta, cujo motivo era, ao mesmo tempo, banal e essencial: um pouco de comida.
            A mídia não estava lá para acompanhar. Hoje em dia, as soluções costumam vir de carona na cobertura da imprensa. Mas não importa se a cidade, o estado, o país inteiro ou apenas os transeuntes desta singela rua testemunharam o fatídico episódio. O tamanho da platéia não diminui a seriedade dos fatos.
            Sem poder fazer nada naquele momento, observei a natureza selvagem do ser. A soberania do mais forte se destacava frente fragilidade do mais fraco que, mesmo com a derrota anunciada, não se entregava e resistia. Os pés, as unhas, a boca, não importavam as estratégias nem os meios desde que a vitória fosse decretada e com ela o fim da angústia daquele que começa o dia em busca de uma refeição.
            Esse duelo felizmente não era entre pessoas. Mas, lamentavelmente, só aconteceu por causa da ação do homem, pois não estariam lá duelando um urubu e um saco plástico, numa rua completamente tomada pelo lixo, retratando a falta de educação das pessoas, a falta de intervenção do poder público e um dos lados mais tristes do lugar onde vivo.
             
                                                      Jailsa Costa da Silva – 1º F

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